Foi o ano em que o termo “fusão” tomou conta da música mundial. Romper as cercas e barreiras artificiais em busca da mistura, do caráter latino sem deixar de ser brasileiro e gaúcho já tinha sido a própria história do Musicanto. Uma das figuras mais queridas deste evento, cujas idéias fecundaram sua própria concepção, Luiz Sérgio Metz, o Jacaré, Jaca para todo mundo, que tão cedo partiu, deixou sua marca de irreverência e respeito ao definir o festival: “O musicanto é terrivelmente democrático”. E nada mais terrivelmente democrático do que apontar caminhos para o próprio festival, que na avaliação de seus espaços conquistados deixa claro que sua proposta era a de fazer esta conquista integrando as raízes da arte brasileira, com todas as formas de cultura do continente.
E foi “Brasiliana”, de Talo Pereyra e Robson Barenho a música porta-voz desta mudança. Esta música consagrou e concretizou aquele novo momento do festival, abrindo espaço para o ritmo dançante da mistura de culturas e raças. É música no seu mais amplo sentido de seus versos: / Eram línguas / Brasileira e castelhana / De sabor igual / Numa festa / Tão bonita e tão profana / Quanto o carnaval /.